
Livre
Amar a liberdade
Não prender e não estar preso
Não ter medo de ser livre
E se livrar, se libertar
De todos os medos!
Bruno Rodrigues
Livre
Amar a liberdade
Não prender e não estar preso
Não ter medo de ser livre
E se livrar, se libertar
De todos os medos!
Bruno Rodrigues
Ficou tudo pela metade
A gente se acostuma tão facilmente
Com uma vida mais ou menos
A gente não liga mais
Mas a vida tá morna
Vamos deixando pra depois
Ficamos estagnados
De fato, na zona de conforto
A gente se acomoda
Toda mudança parece impossível
Os medos falam mais alto
E aquela urgência de mudança
Que antes gritava aqui dentro
Aos poucos emudece.
O diferencial das crianças,
Pra gente
É justamente esse
Eles querem, mas querem com vontade
E quando conquistam
Eles querem mais
Eles não param
Ele aproveitam até o fim
E a gente?
Nos contentamos sempre
Em termos tudo pela metade.
Bruno Rodrigues
Faces
Esse sentimento tem tantas faces
Mas nenhuma delas
Sorriu pra mim
Meu coração tem tantas cicatrizes
Que nada mais importa
Nada precisa fazer sentido
Eu continuo no seu jogo
Você finge se preocupar o tempo todo
E eu quase sempre,
finjo acreditar.
Se o mundo que vivemos
É uma grande ilusão
Quem tem ciência disso
Vive sem surpresas
Sem expectativas
Sem decepções.
São tantas faces
Tantos disfarces
Que nos perdemos nas personas que criamos.
Bruno Rodrigues
Mãe
O amor de mãe vai além
Ela se preocupa o tempo todo
E depois do tempo, também.
Para uma mãe
Não há nada mais importante
Que um filho
Se for preciso
Ela renunciará as próprias vontades, carreira, sonhos
Para ficar ao lado de seu maior bem.
Ela prevê a chuva, o frio
E mesmo em um dia quente e com sol
Ela sempre fala
Leve o casaco, meu Bem!
Ela não fica satisfeita
Em saber que você já comeu
Ela vai insistir
Para você comer tudo que ainda tem.
Ela nem sempre deixar
Você fazer o que quiser
Mas sempre te obrigará
A fazer o que é certo
Afinal, mãe é sinônimo de bem.
Se fazem mal ao filho de alguém
A dor sentida por aquela mãe
Com certeza doerá na sua também.
Talvez sua mãe
Não esteja mais aqui
Mas com certeza de onde ela estiver
Está pedindo para você não desistir de ser feliz
Porque tudo que ela sempre quis
Foi te ver bem.
Desejo um feliz dia das mães
A minha, a sua, a todas
E principalmente, a nossa mãe Maria.
Amém!
Bruno Rodrigues
Demanda que urge
O mundo de hoje não pode esperar
Tudo é imediato, instantâneo
São tantas demandas
Tantos processos
E se encontrar nesse mundo caótico
É um processo difícil demais.
As vezes precisamos de um tempo vazio
Pra cultivar nossa essência
Organizar sentimentos emoções
Mas o mundo de hoje é programado
Para que a gente não tenha mais paz.
Estamos perdidos
Toda essa cobrança urgente por resultados
Está tornando nossa sociedade doente e vazia demais
Não paramos para refletir
Deixamos nossa vida no piloto automático
Somos máquinas preparadas
Apenas pra cumprir objetivos alheios
E nossos sonhos?
Nem tempo para dormir
Temos mais.
Bruno Rodrigues
Só por hoje
Hoje eu não quero pensar
Não quero acordar apressado
Amarrar os sapatos
E apertar o passo
Pra não deixar a oportunidade passar
Hoje não quero pensar no futuro
Que talvez nem chegue
E muito menos me arrepender
Daquilo que no passado não foi possível
É só por hoje!
Hoje acordei apenas com vontade
De não querer pensar
Meu pensamento trabalha o tempo todo
E quando penso em parar
Ele grita lá do fundo
Que se eu parar
Vou deixar de existir.
Mas eu não quero desistir
Só quero um tempo
Uma trégua
Para viver como tantos outros
Que não duvidam, não questionam
Não refletem.
Só por hoje
Eu só quero aqui estar
Sem querer existir.
Bruno Rodrigues
Sexta feira da Paixão
Somos Seres Humanos
E sendo assim
Com o passar do tempo
Nos tornamos,
Seres Ruins.
A história mostra isso
E ela se repete
Com uma frequência voraz
Há os que defendem
Torturadores, ditadores e por aí vai
Há quem peça
Que soltem ladrões
Como fizeram com Barrabás.
Sempre queremos que a justiça seja feita
Apenas com os filhos dos outros
Muitas vezes,
Clamamos pela morte dos mesmos
Mas, aos nossos, jamais!
Como se eles fossem seres imune aos erros.
Em verdade eu vos digo:
Ninguém é suficientemente digno
Para decidir sobre o destino da vida de ninguém.
Seja uma vida que ainda esteja em formação
Ou seja uma vida que já esteja no fim.
Erramos tanto no passado,
E se fosse hoje em dia
Erraríamos novamente
Apoiando a crucifixão
Pois infelizmente somos assim
Somos seres manipuláveis
E deixamos a Verdade de lado
Para acreditar nas “fakenews” dos Fariseus.
Reconheçamos toda nossa miséria humana
Reconheçamos nossas fraquezas
Ao longo dessa estrada
Já cometemos tantos pecados
Que tenhamos a “Epifania da humildade”
E aprendamos a respeitar a dor alheia
E principalmente a perdoar,
Por mais difícil que essa tarefa seja.
Bruno Rodrigues
Despedida
As despedidas
Sempre serão complicadas.
É difícil partir
Olhar pela janela
E ver o mundo parado lá fora
E a medida que a vida vai ganhando velocidade
Os olhos já não conseguem mais
Enxergar tudo que ficou pra trás,
Mas a esperança ainda o mantém.
Porém,
É muito mais difícil ficar
E deixar seu mundo ir embora
A estação passa ser o coração
E você passa a viver dentro das memórias
Você acabou ficando do lado de fora
E agora?
Tudo se foi
E nada saiu como você planejou
Guardou um milhão de frases
Para esse momento
E nem ao menos conseguiu dizer…
Adeus.
Bruno Rodrigues
Apenas mais um João
O tal abono
João não teve
E o aumento
João não ganhou
João era sempre enganado
Mas mantinha a esperança
Para esconder seu pavor.
Esperava que a sorte lhe sorrisse
Mas João, no escuro do seu quarto
Em meio as suas orações
Com os olhos já quase fechados
João chorou.
João não sabia muito
Mas o pouco que sabia da vida
João nunca guardou
Ensinar para aprender
Ele gostava desse caminho
Mesmo com as pedras que nele havia.
João ganhava quase nada
Mal sobrevivia
Mas ele sabia
Que não estava só
Havia milhões de João
Por isso não fazia questão de guardar nada
Afinal, João sabia que um dia voltaria ao pó.
João passou por aqui
Mas quase ninguém
Consegue lembrar
Seu rosto comum,
Sua vida pacata
João do nada
João ninguém
João que Ninguém vai lembrar.
Bruno Rodrigues
Canção de Petrópolis
Aqui na minha terra
As coisas só mudam
Se quebrar, parar ou acabar
Do contrário, fica tudo como está
Aqui na minha terra
O sabiá não tem motivos pra cantar
Tá de luto
Ele até lutou, relutou
Mas é tanta tragédia, desgraça
Que não tem mais motivos pra cantar.
Aqui a gente espera acontecer
Para se mexer
Não sabemos prevenir
Mal aprendemos a remediar.
Na minha terra
eu vi milhares de sonhos desmoronarem
Eu vi vidas arrastadas pela correnteza
Que não irão voltar.
Bruno Rodrigues
Memória afetiva
Memória afetiva
Esta é diferente das outras memórias
Ela dificilmente deixa lapsos
Se você esqueceu
É porque não tinha importância
Se quer esquecer
É porque ainda incomoda
Virou trauma
Se você lembra sempre
É saudade
Se lembra as vezes
Em uma conversa ou outra
Tem gosto de nostalgia.
Se você fez questão de esquecer
Se fez questão do tempo passar
Não vou ficar aqui
Pra te convencer a lembrar
Mais uma vez.
Bruno Rodrigues
Hipocrisia
Por que nos incomodamos tanto
Com as hipocrisias alheias
E a nossa, a gente finge esquecer?
Usamos a máscara da hipocrisia
Para nos escondermos de si
Não somos tão verdadeiros assim.
Todos nós temos uma parte oculta
Algo que não os orgulhamos
Algo soturno demais
Para deixarmos viver.
Existe tanta coisa que queremos esquecer
Existem tantos fatos e traumas
Que deveríamos sepultar
No cemitério da nossa alma
Mas que infelizmente
Faz parte do ser.
Bruno Rodrigues
Nossa essência
A coisa muda de figura
Mas nunca muda por completo
Há sempre algo que não conseguimos esquecer
Que chamamos de essência do ser.
A gente tenta
Revira na cama
O sono não vem
A paz também não
A gente promete ser outro
Quando o sol novamente nascer.
Mas a gente não consegue esquecer
Essa tal “essência do ser”
Afinal,
Ela nos difere
E paradoxalmente nos iguala
Pois todos nós temos fraquezas
Que de certa forma lutamos
Para esquecer.
Bruno Rodrigues